A artrose do acrômio é uma condição que não necessariamente causará sintomas no paciente. No entanto, caso evolua com uma inflamação, poderá gerar muitos incômodos.
A região acrômio clavicular fica localizada na parte superior do ombro, onde a clavícula encontra o acrômio, sendo uma das 4 articulações do nosso ombro.
Seja pelo decorrer da idade ou devido à sobrecarga ou traumas na região, esta articulação pode sofrer um desgaste gradual ao longo da vida, condição que chamamos de artrose do acrômio, artrose acromioclavicular ou osteoartrite das articulações acromioclaviculares.
Caso este desgaste não esteja associado à inflamação, possivelmente ele não causará sintomas. Inclusive, nos estágios iniciais, seu diagnóstico é particularmente difícil.
No entanto, a evolução desta condição pode ocasionar uma inflamação local que gera dor e, em casos mais avançados, limitação dos movimentos, impactando significativamente a qualidade de vida do paciente.
Por que a artrose do acrômio ocorre?
A principal causa desta condição é a predisposição genética somada ao envelhecimento natural do corpo e degeneração articular.
Normalmente, ela acomete pacientes acima de 40 anos de idade.
No entanto, algumas situações que sobrecarregam a região podem desencadear ou acelerar sua ocorrência, por exemplo:
- Dormir em cima do ombro;
- Carregar bolsas ou mochilas muito pesadas;
- Realizar movimentos repetitivos com o braço acima da cabeça ao longo da vida.
Pode ocorrer também da artrose do acrômio ocorrer após traumas locais, como luxações ou pancadas da região acromioclavicular.
Como será o tratamento?
Inicialmente, devemos deixar claro que a artrose do ombro é irreversível, ou seja, não existe um tratamento que retroceda o quadro.
Todavia, existem algumas opções que podem retardar a degeneração e reduzir a inflamação e a dor, permitindo que o paciente tenha maior qualidade de vida.
Os principais objetivos do tratamento são manter o ombro sem dor, com amplitude de movimento completa, força normal e sem limitações para atividades.
Então, temos algumas opções:
Tratamento conservador
A priori, podemos aliar as medicações anti-inflamatória à fisioterapia para lidar com a inflamação, dor e perda de movimentos.
Além disso, repouso e compressas geladas ajudam bastante no controle da dor.
Outras medidas que podem ajudar são o fortalecimento e alongamento dos músculos do ombro, bem como a restrição de atividades repetitivas.
Infiltração
Ressaltamos que, no caso da artrose do acrômio, não precisaremos de um estímulo biológico, mas sim controlar a inflamação e a dor.
Então, em quadros mais avançados, a infiltração com medicações anti-inflamatórias na região pode trazer excelentes resultados sem efeitos colaterais indesejados como enfraquecimento de algum tendão - não temos tendões nesta região com risco de rotura.
Além disso, será importante retirar o estímulo mecânico, ou seja, as atividades que sobrecarregam a região.
Cirurgia
A cirurgia fica reservada para situações nas quais os tratamentos menos invasivos não surtiram os efeitos desejados.
Nesses casos, fazemos a ressecção da região degenerada da clavícula e do acrômio, além de reconstruções ligamentares. Ou seja, retiramos os tecidos mais inflamados e reforçamos a anatomia previamente prejudicada.
Para tal, podemos fazer uma pequena incisão de aproximadamente 3cm na região lateral e superior do ombro, em casos de cirurgias abertas.
Após a cirurgia, volta a existir um espaço entre os ossos e deixa de existir aquele atrito que causa a inflamação.
Contudo, podemos também optar pelo tratamento por artroscopia (cirurgia por vídeo), sendo possível associar o tratamento de outras lesões do ombro.
Como podemos ver, existem uma série de questões associadas à artrose do acrômio e somente um ortopedista especialista em ombro será capaz de avaliar cada caso e indicar qual o melhor seguimento.
O mais importante é não postergar a ida ao médico, pois quanto antes iniciarmos o tratamento, maiores são as chances de controlarmos a evolução desta condição!
Conheça o Dr. Guilherme Noffs
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.