Estou com problema no ombro: preciso parar de treinar?

fev. 10, 2022
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Uma dúvida muito comum dos pacientes que chegam no consultório com problema no ombro é se precisarão parar de treinar.


Na maioria dos casos, não será necessário interromper os treinos, mas precisaremos avaliar uma série de questões para dar a melhor orientação ao paciente.


Por exemplo, será preciso entender se a dor que ele sente é muscular ou articular, qual a lesão que ele possui e em qual grau, seu quadro clínico geral e quais exercícios ele pratica.


Vamos compreender um pouco mais sobre o assunto neste texto.


Qual a diferença de dor muscular ou dor articular?


Inicialmente, devemos deixar claro que, diferente da dor muscular, não é normal sentir dor articular durante ou após o treino.


A dor muscular é uma dor comum que sentimos após os exercícios e que dão aquela sensação que eles realmente foram eficazes. 


Podemos perceber a dor muscular apertando o ventre da musculatura que trabalhamos na academia, por exemplo. Pode haver um certo edema do músculo e a dor muscular tende a se iniciar com maior intensidade após um dia do exercício e pode durar até alguns dias.


Claro que essa dor merece atenção, pois se for constante, pode indicar alguma sobrecarga. No entanto, ela não costuma evoluir para situações mais sérias. 


Já a dor articular é mais complexa, difícil de identificar o ponto principal e pode ser acompanhada de uma dificuldade em completar o movimento ou realizar um alongamento articular por exemplo.


Além disso, em casos mais graves de dor articular, podemos ter perda parcial da função da articulação e até vermelhidão ou calor na região.


Nestes casos, é essencial procurar um ortopedista para avaliar o quadro e dar as orientações mais adequadas para o paciente.


Vou precisar parar de treinar se estiver com problema no ombro? 


Na grande maioria dos casos, o paciente não precisará parar de treinar quando apresentar algum problema no ombro.


Pelo contrário, o treino pode ser um grande aliado ao tratamento e poderemos, inclusive, indicar um aumento na intensidade.


No entanto, isso não quer dizer que se você está com dor no ombro deve aumentar seus treinos por conta própria.


Para tal, será essencial passar por uma consulta com ortopedista que irá avaliar qual o tipo e grau da sua lesão, bem como quais exercícios você pratica. Muitas vezes, o problema não será o treino em si, mas a forma como ele é feito.


Por exemplo, o paciente pode estar cometendo erros na biomecânica do exercício - colocando os braços muito abertos, muito para trás ou aumentando a carga muito rápido, por exemplo. Neste caso, precisaremos compreender a técnica que ele está aplicando para descobrir por que a lesão e inflamação ocorreram.


Então, movimentos errados, cargas inadequadas e falta de fortalecimento, alongamento e descanso podem acarretar problemas no ombro. Para a maior parte dos problemas de ombro e cotovelo costumamos sugerir aumento do treino com mudança da biomecânica do exercício e otimização do gesto esportivo antes de aumentar a carga, entrar em competições ou chegar a ter uma lesão mais séria. Isso resolve quase todos os casos quando seguido da maneira correta - mas não existe uma recomendação que sirva para todas as pessoas.


Após avaliar todos esses fatores, poderemos adotar um tratamento apropriado com foco na recuperação daquela lesão em específico daquele paciente.


O que é o treino regenerativo?


Os treinos regenerativos são aqueles nos quais o paciente tem uma recuperação ativa de sua condição, ou seja, ele não precisa parar de treinar para se recuperar.


Por exemplo, quando fazemos exercício físico por 40 minutos a 1 hora mantendo uma frequência cardíaca elevada, uma série de hormônios reguladores da pressão arterial, sono, relaxamento muscular e com função anti-inflamatória são liberados.


Assim, para o paciente que precisa se recuperar de uma lesão no ombro, o treino de bicicleta ergométrica horizontal ou um treino de escada ou uma caminhada acelerada pode funcionar como treino regenerativo e vai ser um excelente aliado no tratamento.


Inclusive, uma série de estudos que comprovaram que o exercício físico regular e com uma intensidade e duração controladas é mais eficiente que do que o uso de algumas medicações no tratamento da dor crônica, como alguns antidepressivos e opióides.


Todavia, não podemos passar uma fórmula exata de como seria esse treino regenerativo sem antes avaliar o quadro do paciente. Mas, no geral, ele pode contemplar exercícios de cargas baixas, com muitas repetições e trabalhando regiões que não estão acometidas pela lesão. Um exemplo (que não vale como regra) seria realizar uma caminhada em esteira para ajudar no tratamento de dor no pescoço.


Além disso, não podemos confundir casos mais específicos nos quais o paciente precisa se submeter a uma cirurgia no manguito rotador ou devido a luxação do ombro, por exemplo. Nestes casos, também costumamos recomendar treino físico já nos primeiros dias após o procedimento cirúrgico, mas varia de acordo com o tipo de cirurgia realizada e o perfil do paciente.


Nessas situações, ele ficará um tempo com o membro imobilizado e o retorno aos treinos será gradual e com a devida orientação do médico, fisioterapeuta e educador físico.


Você poderá ler mais sobre a musculação após cirurgia por luxação do ombro
clicando aqui e após a cirurgia do manguito rotador clicando aqui.

 

Muitas vezes, um paciente com dor não procura o médico por ter receio de ter que parar de treinar e perder sua forma física e infelizmente muitos ortopedistas chegam a recomendar mesmo a parada da atividade física, o que é um grande contrassenso.


No entanto, isso pode tornar a lesão mais séria conforme o tempo passa e o esforço inadequado não cessa, chegando até a casos irreversíveis.


Então, não postergue a ida ao médico! Procure um
profissional capacitado para lhe auxiliar!


Conheça o Dr. Guilherme Noffs

Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.


Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.

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