A articulação do cotovelo é formada pelo úmero (osso do braço), rádio (osso maior do antebraço, na linha do polegar) e ulna (osso do antebraço alinhado com o dedo mínimo/quinto dedo e que vai até a ponta mais rígida do cotovelo onde nos apoiamos).
Por ser uma área de constantes movimentos e sobrecargas, podem ocorrer diversas lesões na região do cotovelo, entre elas a fratura da cabeça do rádio, que é uma lesão que costuma ocorrer por traumas indiretos. Um exemplo é quando protegemos nosso corpo em uma queda, apoiando a mão no solo e a energia é transmitida através do antebraço até a cabeça do rádio, causando a fratura da cabeça do rádio.
Esta fratura pode comprometer diversos movimentos, como: a capacidade de dobrar/esticar o cotovelo, a capacidade de girar o antebraço e a mão para baixo – como na posição de escrever (pronação) – e a capacidade de girar o antebraço para cima – como na posição de levar algo à boca (supinação). Todos esses movimentos são analisados pelo ortopedista e, junto a eles, é analisada a estabilidade ligamentar, o derrame articular e possíveis lesões de nervos.
As radiografias são utilizadas como um complemento no diagnóstico para que a fratura seja localizada e entendida. Mas, nem sempre mostram bem esta fratura que pode passar despercebida.
Quando a dor e a impotência funcional do cotovelo permanecem, devemos realizar investigações adicionais e exames como tomografia ou ressonância magnética.
Na maioria das vezes a fratura da cabeça do rádio ocorre de maneira isolada, ou seja, sem outras lesões associadas.
O tratamento depende do tamanho, da idade, da funcionalidade da pessoa, da limitação de movimentos e do afastamento entre os fragmentos ósseos que a fratura causou.
Este último pode ser uma das causas que levem o médico a optar por uma cirurgia com parafusos, placas para segurar os fragmentos de ossos no lugar até que ocorra a cicatrização adequada. Em outros casos, existe o que chamamos de cominuição (fragmentos muito pequenos e numerosos) e desvio entre os fragmentos e, nestes casos a reconstrução da anatomia original pode não ser possível e é quando optamos pela substituição ou prótese da cabeça do rádio.
Esta fratura, diferente da maioria, pode ser tratada sem imobilizações em algumas pessoas. Desde que mantendo certa proteção de carga de de movimentos específicos. Além disso, costumamos obter ótimos resultados para estas fraturas num período relativamente curto de tempo.
Em nenhuma das situações devemos manter o cotovelo imobilizado por períodos longos (como várias semanas) devido à possibilidade de desenvolver a rigidez do cotovelo que é quando a cicatrização ocorrida dentro da articulação resulta em diminuição da elasticidade dos tecidos e limitação dos movimentos.
Conheça o Dr. Guilherme Noffs
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.