O que é a lesão do tendão supraespinhal e como tratar

abr. 20, 2021
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A lesão do tendão supraespinhal é bastante comum e, devido à importância desta estrutura para a mobilidade do ombro, costuma ser muito debilitante.

É importante ressaltar que os problemas do manguito rotador do qual o tendão supraespinhal faz parte, podem se manifestar de maneiras bastante variadas de pessoa para pessoa, assim como a resposta ao tratamento e tempo de evolução até a melhora.


Algumas pessoas têm mais dor e perda de força do que outras. Assim como a resposta aos tratamentos de fisioterapia, medicação e cirurgia pode ser muito diferente de uma pessoa para outra e varia com fatores que devem ser avaliados e discutidos muito claramente entre médico e paciente.


O músculo supraespinhal e seu respectivo tendão ficam localizados na parte superior do ombro e fazem parte de um grupo de 4 outros músculos, que formam o manguito rotador.


Especificamente o tendão supraespinhal fica localizado em uma parte mais interna, abaixo do trapézio e do deltóide e ligado à cabeça do úmero. A estrutura acima do tendão supraespinhal e mais próxima a ele é a BURSA subacromial que se inflama quando existe uma patologia do tendão supraespinhal, dando origem ao nome popular de BURSITE DO OMBRO.

Tendinite do supraespinhal (chamada popularmente de bursite do ombro).


Os músculos e tendões do manguito rotador trabalham para produzir os movimentos do ombro e auxiliam na estabilidade da articulação. Por serem responsáveis pelos movimentos, dizemos que o manguito rotador é o “motor” da articulação.


O supraespinhal é responsável por movimentos muito importantes, principalmente aqueles acima da linha da cabeça, como pegar algo no armário, lavar a cabeça ou pendurar roupas. Ou seja, ele é responsável por levantar o braço.


Por estes motivos, quando presente, a lesão no tendão supraespinhal gera grandes incômodos ao paciente, tanto pela dificuldade para realizar alguns movimentos quanto pela dor.


Por que a lesão no tendão supraespinhal ocorre?

Existem algumas causas que podem gerar a lesão do tendão. Uma delas é a degeneração das estruturas do ombro. Com o passar do tempo e o processo de envelhecimento, é normal perdermos massa muscular, água e colágeno no nosso corpo. Então, este fenômeno faz com que o tendão fique mais fraco e mais suscetível a lesões.


Outro ponto a se levar em consideração é que, naturalmente, o tendão supraespinhal é o mais fraco do manguito rotador e, portanto, o mais suscetível a lesões.


Ademais, ele possui uma região que chamamos de zona crítica, que possui alterações em sua estrutura tornando-a mais fraca e passível de sofrer lesões.


Devemos levar em consideração a ocorrência de um possível distúrbio mecânico nessa região do ombro no qual o tendão sofre atrito direto com o acrômio, tornando-o enfraquecido. Neste caso, a lesão se deve à síndrome do impacto subacromial ou síndrome do impacto do ombro. Além disso, eventualmente, o acrômio pode ter alguma alteração, como um esporão ósseo, que irá contribuir para a lesão do tendão supraespinhal.


Não podemos deixar de considerar a possibilidade de ocorrência de traumas no ombro devido, por exemplo, a quedas. Nestes casos, o músculo se contrai na tentativa de nos proteger e o tendão pode sofrer uma lesão, principalmente, um dano junto ao úmero. Isto ocorre, normalmente, quando a estrutura do manguito rotador já está fraca previamente ao trauma.


Tipos de lesão do supraespinhal

Existem muitas variações de lesões no tendão supraespinhal e podemos resumi-las em alguns tipos:


Tendinite


A tendinite é uma inflamação no tendão e não uma alteração estrutural. Costuma estar acompanhada de inflamação da bursa subacromial e ser chamada de Bursite.


Assim, nestes casos uma série de acontecimentos metabólicos locais fazem com que o tendão fique mais dolorido, vermelho e inchado.


Ou seja, a tendinite no tendão supraespinhal não é uma lesão e, na maioria dos casos, com devido tratamento ela não chega a provocar uma lesão.


Lesão parcial


Existem casos nos quais o tendão sofre uma lesão parcial, ou seja, somente uma parte de suas fibras são afetadas e ele não se rompe completamente.


Essas lesões podem variar em relação a sua extensão, sendo mais ou menos graves.


Lesão completa


A lesão completa ocorre quando as fibras do tendão se separam por completo.


No geral, causa dor e pode ser bastante debilitante. Se negligenciada pode progredir para atrofia muscular e perda de mobilidade do ombro.


E como será o tratamento para lesão do tendão supraespinhal?

Após a realização do diagnóstico para mapear qual o tipo e a gravidade da alteração que o tendão supraespinhal sofreu, devemos iniciar um tratamento individualizado.


Uma parte importante do processo é a comunicação eficiente entre paciente e médico – confiança é essencial. Por se tratar de um tratamento com fases e detalhes a serem cuidados, é necessária avaliação e tratamento personalizados.


O objetivo principal do tratamento será cicatrizar o tendão, controlar a dor do paciente e recuperar a função. Além disso, será preciso entender se existem anormalidades mecânicas associadas para então, corrigi-las.


Para tal, podemos adotar uma série de práticas, por exemplo:


  • Uso de medicamentos;
  • Repouso;
  • Evitar atividades provocadoras de dor;
  • Fisioterapia;
  • Acupuntura;
  • Terapia por ondas de choque.


Devemos destacar a importância do fortalecimento motor e do alongamento no processo de recuperação da lesão do tendão supraespinhal. Isso porque, possibilita o trofismo muscular, recuperação do movimento e flexibilidade.


Cirurgia:


Nos casos com lesão completa, lesão parcial de alto grau, algumas lesões parciais superficiais sem boa resposta ao tratamento de reabilitação e para casos com alguma alteração anatômica que causa agressão ao tendão, o tratamento cirúrgico é necessário.


A artroscopia (cirurgia por vídeo) é a técnica mais recomendada. Este procedimento minimamente invasivo em pequenas incisões no ombro pelas quais inserimos uma câmera e os equipamentos necessários para fazer os devidos reparos nas estruturas danificadas.


Temos um artigo completo sobre a artroscopia no manguito rotador e você poderá ler clicando aqui.


O ortopedista responsável pelo seu caso irá te acompanhar até sua completa reabilitação e retorno às atividades rotineiras. Após algumas semanas costuma-se iniciar o fortalecimento e o retorno ao esporte ocorre já nos primeiros meses.


Na nossa clínica temos uma equipe competente e pronta para lhe auxiliar!


Conheça o Dr. Guilherme Noffs

Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.


Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.

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