Prevenção de lesões: não esqueça desses músculos na academia!

23 de dezembro de 2025
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Quer saber como fazer a prevenção de lesões na academia?

A busca por resultados na academia costuma direcionar o foco para os músculos mais visíveis ou associados ao desempenho esportivo. 


Entretanto, enquanto peitoral, bíceps, quadríceps e glúteos recebem atenção constante, outros grupos musculares essenciais para a estabilidade, postura e prevenção de lesões acabam sendo deixados de lado. 


Esse desequilíbrio pode comprometer não apenas o progresso nos treinos, mas também a saúde das articulações, como ombro e cotovelo.


Dessa forma, entender quais músculos são frequentemente esquecidos e por que eles desempenham um papel fundamental é o primeiro passo para treinar de forma inteligente e segura.


Quais sinais indicam que você está com desequilíbrio articular ou muscular?


Entre os sinais que indicam possível desequilíbrio muscular, destacamos:


  • Dor recorrente nas articulações: desequilíbrios geram sobrecarga em estruturas que não foram, feitas para receber pressão ou atrito como algumas partes específicas das articulações do ombro, joelho e coluna, causando dor mesmo em atividades simples como ombro - levantar o braço, joelho - descer escadas, coluna - tirar algo do porta malas de um carro;
  • Perda de amplitude de movimento: quando um músculo está encurtado e outro enfraquecido, a articulação perde mobilidade funcional;
  • Rigidez frequente: especialmente ao acordar ou após treinos
    Músculos que trabalham “sozinhos” para compensar uma fraqueza ficam tensos e rígidos;
  • Compensações durante exercícios: usar o corpo para “roubar” o movimento, como elevar o ombro no supino ou girar o tronco para levantar peso, indica desequilíbrio entre agonistas e estabilizadores;
  • Fadiga precoce em exercícios simples: quando músculos estabilizadores estão fracos, a musculatura principal se sobrecarrega, provocando cansaço rápido;
  • Postura alterada: ombros projetados, pelve inclinada, cabeça anteriorizada e escápulas aladas são sinais diretos de cadeias musculares desequilibradas;
  • Diminuição de força em um lado do corpo: assimetrias claras entre direita e esquerda são frequentemente associadas a desequilíbrio muscular e maior risco de lesão;
  • Estalos ou sensação de instabilidade nas articulações: articulações instáveis indicam fraqueza de estabilizadores profundos, como core, glúteos e rotadores do ombro;
  • Dificuldade em manter a técnica correta: se a técnica se perde facilmente, mesmo com cargas leves, pode ser sinal de que grupos estabilizadores não estão acompanhando o treino.


Prevenção de lesões: não esqueça desses músculos na academia!


Na rotina de academia, é comum priorizar músculos mais “estéticos” ou ligados ao desempenho direto, como peitoral, bíceps e tríceps. 


No entanto, grupos musculares igualmente importantes para a estabilidade e prevenção de lesões acabam sendo deixados de lado. Esse desequilíbrio aumenta a chance de dores no cotovelo, pescoço, ombro e região lombar.


A seguir, listamos os principais grupos que você não pode ignorar no treino:


Antebraço (extensores e flexores dos dedos e do punho)


Muitas pessoas treinam força nos braços, mas esquecem dos músculos responsáveis por estabilizar o cotovelo e controlar a preensão, que são fundamentais para evitar sobrecarga nos treinos de puxar, segurar barras, kettlebells e halteres. 


Quando esses músculos são negligenciados, o risco de desenvolver epicondilite lateral ou medial, uma das queixas mais comuns entre praticantes de musculação, aumenta significativamente. 


A inclusão de exercícios para os extensores/flexores de dedos, fortalecimento dos extensores/flexores de punho e trabalhos isométricos ajuda a prevenir inflamação e dor, mantendo a articulação do cotovelo mais estável e resistente às demandas do treino.


Além disso, o descanso destas estruturas ”menos famosas” do antebraço também precisa ser pensado quando se planeja o microciclo da periodização (sequência de treinos/descansos da dos grupos musculares ao longo da semana).



No nosso blog, temos um texto completo sobre musculação e epicondilite lateral, acesse para saber mais!


Musculatura cervical (pescoço)


Sabia que o tipo de pessoa que têm maior chance de ter hérnia de disco no pescoço são jovens do sexo masculino praticantes musculação?


O pescoço raramente recebe atenção direta, mesmo entre pessoas que treinam de forma completa, e a falta de fortalecimento cervical aumenta a sobrecarga em movimentos de empurrar e puxar, contribuindo para dores persistentes em quem passa longos períodos sentado, no computador ou dirigindo. 


Precisamos lembrar que a base mecânica de todo membro superior fica na cintura escapular e por isso, influencia diretamente na estabilidade da coluna cervical. Sobrecargas unilaterais no membro superior causam estresse desbalanceado na coluna cervical.


Fortalecer os flexores profundos, extensores e estabilizadores cervicais reduz tensões e melhora a postura durante os treinos, além de prevenir desconfortos no dia a dia.

Core profundo: lombar, oblíquos e iliopsoas


A lombar não depende apenas de extensões de coluna, ela precisa de equilíbrio entre musculatura profunda e estabilizadora. 


Músculos como os oblíquos abdominais, quadrado lombar e o iliopsoas são essenciais para manter a pelve estável e controlar movimentos rotacionais e, quando estão fracos, aumentam o risco de dor (e hérnia de disco) lombar e reduzem a eficiência em agachamentos, levantamento terra e exercícios funcionais. 


Trabalhar anti-rotação, estabilidade do tronco e fortalecer os flexores profundos melhora o desempenho e protege a coluna de sobrecargas.


No geral, treinar apenas os grupos “principais” cria um corpo aparentemente forte, porém desequilibrado, sendo que os desequilíbrios são a base da maior parte das lesões. 


Ao incluir exercícios específicos para antebraços, cervical e musculatura profunda do core, você constrói um corpo mais estável, funcional e resistente.


Isso reduz significativamente o risco de dores no ombro, cotovelo, pescoço e lombar, além de melhorar o desempenho geral no treino.


Como evitar lesões e dores durante o treino?


Adotar uma rotina de treino de ombro, ou outra região, voltada para a prevenção de lesões, é a estratégia mais sensata para quem busca resultados duradouros na musculação.


Isso exige atenção constante à execução dos movimentos e às possíveis compensações mecânicas que surgem durante os exercícios.


Para garantir um gesto técnico correto, o ideal é contar com a orientação de um profissional de educação física capacitado, que possa ajustar a postura e corrigir falhas. 


Já para quem apresenta histórico de lesões, dificuldades de coordenação ou particularidades anatômicas, o acompanhamento de um fisioterapeuta esportivo é essencial.


Confira abaixo alguns princípios para treinar sem se machucar:


Não combine cargas muito altas com amplitudes grandes


Se estiver próximo da sua carga máxima, opte por movimentos reduzidos em amplitude e controlados, evitando estender ou flexionar totalmente a articulação - o objetivo deste trabalho é força. 


Já, se for fazer um movimento completo e amplo, utilize cargas leves - o objetivo deste trabalho é a mobilidade/técnica.


Priorize o alongamento muscular


Diferente do alongamento muscular, o alongamento articular deve ser reservado para casos de desequilíbrios específicos, encurtamentos relevantes ou para atletas profissionais, já que pode aumentar a frouxidão ligamentar e acelerar o desgaste das cartilagens.


Respeite um intervalo mínimo de 36 horas de descanso para cada grupo muscular


Lembre-se de que músculos menores, como os do antebraço, também precisam de recuperação adequada.


Evolua a carga devagar


Antes de aumentar o peso, varie a forma de execução: faça mais repetições, reduza o tempo de descanso ou realize o movimento de maneira mais lenta.


Monte um treino individualizado


Não existe protocolo universal. 


Dessa forma, diferenças anatômicas e biomecânicas exigem exercícios e formas de execução próprias para cada pessoa.


Desequilíbrios mecânicos, como encurtamentos musculares, também podem contribuir para o surgimento de dores e lesões.


Nesses casos, um treinador experiente ou um fisioterapeuta poderá indicar alongamentos e exercícios específicos para reverter essas alterações.


Além da técnica adequada e do trabalho de mobilidade, respeitar os períodos de descanso é indispensável.


Por isso, recomendamos alternar treinos de membros superiores e inferiores, garantindo o tempo necessário de recuperação entre as sessões.


Você está com problemas no ombro e quer saber se precisa parar de treinar? Descubra neste artigo em nosso site!



Prevenção de lesões na academia: conte com o especialista em ombro e cotovelo


Iniciar uma rotina de exercícios sem orientação adequada pode aumentar o risco de lesões, especialmente nas articulações do ombro e do cotovelo.


Antes de começar qualquer programa de treinamento, é essencial contar com a avaliação do especialista


Esse cuidado inicial permite identificar limitações de mobilidade, desequilíbrios musculares, encurtamentos, instabilidades ou sinais precoces de tendinite e bursite, que muitas vezes passam despercebidos no dia a dia, mas podem se agravar com o esforço físico.


O especialista não apenas avalia a saúde da articulação, como também orienta quais movimentos são seguros, quais exercícios devem ser adaptados e quais devem ser evitados de acordo com o perfil de cada pessoa. 


Esse acompanhamento reduz muito a chance de lesões que surgem de forma silenciosa e evoluem para quadros mais graves, como roturas tendíneas, capsulites ou dores crônicas que podem comprometer sua performance e sua qualidade de vida.


Além disso, mesmo quem já sente algum desconforto leve durante treinos, atividades do cotidiano ou ao dormir deve buscar avaliação médica. 


Pequenas dores são sinais de alerta!


Ignorá-las pode permitir que o problema progrida e exija tratamentos mais complexos no futuro.


Cuidar do ombro e do cotovelo antes de treinar é investir em segurança, rendimento e longevidade no exercício.



Agende uma consulta com o Dr. Guilherme Noffs e comece sua rotina de treinos com tranquilidade!


Conheça o Dr. Guilherme Noffs

Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.


Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.

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