Artroscopia para tratamento de lesão no bíceps: entenda

24 de junho de 2025
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Quer saber como funciona a artroscopia para tratamento de lesão no bíceps?

A lesão no tendão do bíceps é uma condição que ocorre especialmente entre pessoas que realizam movimentos repetitivos com os braços ou praticam esportes que exigem esforço acima da cabeça, como natação, tênis, CrossFit, beachtenis e musculação.


O bíceps braquial é um músculo importante na movimentação do ombro e do cotovelo e possui dois tendões principais.


O da cabeça curta que se insere na escápula (processo coracóide) e o da cabeça longa que atravessa a articulação do ombro e se conecta ao lábio superior da glenoide.


É justamente esse último que está mais frequentemente envolvido nas lesões, devido à sua localização e função.


Quando o tendão da cabeça longa do bíceps sofre uma lesão, seja por desgaste progressivo, inflamação (tendinite), rotura parcial ou total, o paciente pode experimentar dor e desconfortos, além de uma deformidade conhecida pelo famoso personagem de desenho animado Popeye resultante do encurtamento do bíceps pela rotura do tendão.


Em muitos casos, o tratamento conservador é suficiente para controlar os sintomas.


Entretanto, quando a dor persiste ou a lesão compromete a função, pode ser necessário realizar uma cirurgia, como a artroscopia.


Este procedimento minimamente invasivo permite visualizar e tratar com precisão as estruturas comprometidas, promovendo alívio da dor e melhora da mobilidade.


Continue a ler e saiba mais!


Quais são os sintomas mais comuns de uma lesão no bíceps?


Os sintomas mais comuns de uma lesão no tendão do bíceps variam de acordo com o tipo e a gravidade da lesão, e incluem:


  • Dor na parte anterior do ombro ou do braço, especialmente ao levantar o braço ou ao realizar movimentos acima da cabeça;
  • Sensação de fraqueza, principalmente ao girar o braço ou carregar peso com o cotovelo dobrado;
  • Sensibilidade ao toque sobre o trajeto do tendão na parte anterior do ombro;
  • Inchaço ou hematoma na parte superior do braço, especialmente após rupturas agudas;
  • Deformidade visível no braço, conhecida como “sinal do Popeye”, quando o tendão se rompe completamente e o músculo se retrai.


Em muitos casos, os sintomas se instalam de forma gradual, principalmente quando causados por desgaste ou uso excessivo, o que pode dificultar o diagnóstico.



Quais são as principais causas das lesões no bíceps?


Entre as principais causas das lesões no tendão do bíceps, destacamos:


Degeneração por uso excessivo


Lesões por esforço repetitivo são frequentes em pessoas que praticam esportes ou atividades que exigem movimentos repetidos do braço acima da cabeça, como natação, tênis, vôlei e musculação;


Envelhecimento e desgaste natural do tendão


Com o tempo, os tendões perdem elasticidade e resistência. Por isso, a degeneração crônica é uma causa comum em pessoas com mais de 40 anos, mesmo sem histórico de trauma. Além disso, nestes pacientes é comum haver algum tipo de lesão do manguito rotador que mantém íntima relação com bíceps e o que o afeta em alguns casos.


Trauma direto ou movimento súbito e forçado


Um levantamento brusco de peso, uma queda com o braço estendido ou uma tração exagerada podem causar rotura parcial ou total do tendão.


Associação com outras patologias do ombro
 


Lesão do manguito rotador
, síndrome do impacto e lesões SLAP (do lábio superior da glenoide) podem sobrecarregar o tendão do bíceps e contribuir para sua lesão.


Inflamação crônica (
tendinite do bíceps) 


A inflamação repetida pode enfraquecer o tendão ao longo do tempo e predispor a roturas. 


Para saber como funciona o
tratamento da tendinite do bíceps, confira esse artigo em nosso blog.


Movimentos inadequados ou má postura ao treinar
 



Exercícios feitos com má técnica, especialmente no treino de força, podem sobrecarregar o tendão e gerar microlesões acumulativas.



Como funciona a artroscopia para tratamento de lesão no bíceps?


A artroscopia do ombro é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo que permite tratar a lesão com precisão, menor agressão aos tecidos e rápida recuperação.


Costumamos utilizar essa abordagem no tratamento de lesões no tendão do bíceps, especialmente quando há dor persistente, rotura parcial ou total do tendão da cabeça longa ou quando o tratamento conservador não oferece melhora.


Durante a artroscopia, fazemos pequenas incisões ao redor da articulação do ombro e introduzimos uma câmera de alta definição chamada artroscópio, que transmite imagens em tempo real para um monitor.


Isso nos permite visualizar detalhadamente o interior da articulação, identificar a extensão da lesão e realizar as correções necessárias utilizando instrumentos cirúrgicos específicos.


No caso das lesões do bíceps, os dois procedimentos mais comuns realizados por artroscopia são a tenotomia (liberação do tendão) e a tenodese (fixação do tendão em outro ponto do osso). A técnica mais indicada dependerá da condição a ser tratada e grau da lesão.


Para atletas costumamos preferir a tendose, enquanto para pessoas de menor demanda como idosos, preferimos a tenotomia simples que não acarreta em perda de função para este grupo.


Note-se, ainda, que é possível realizar tenotomia do bíceps em ambiente de consultório mesmo através de uma técnica minimamente invasiva com auxílio de ultrassonografia e sem cortes. 


Ressaltamos que, em comparação com a cirurgia aberta, a artroscopia oferece diversos benefícios: menor tempo de internação, cicatrizes menores, menor risco de infecção e menor dor no pós-operatório.


Além disso, a visualização ampliada das estruturas internas do ombro durante a artroscopia permite um diagnóstico mais completo e a possibilidade de tratar outras lesões associadas no mesmo procedimento.


Como é o pós-operatório da artroscopia para lesão no bíceps? Em quanto tempo o paciente pode retomar suas atividades após a cirurgia? 


O pós-operatório da artroscopia para tratamento da lesão no tendão do bíceps costuma ser bem tolerado pelos pacientes e apresenta uma recuperação gradual, desde que respeitados os cuidados recomendados.


Nos primeiros dias após a cirurgia, indicamos que o paciente utilize uma tipoia para imobilizar o ombro e reduzir o desconforto.

Também prescrevemos analgésicos e anti-inflamatórios para controlar a dor e o inchaço.


Então, logo nas primeiras semanas, indicamos a reabilitação com foco em exercícios leves de mobilidade, que evoluem para fortalecimento à medida que a cicatrização avança.


Em geral, pacientes com boa adesão ao tratamento conseguem retomar atividades moderadas para membros superiores entre 4 e 6 semanas após a cirurgia.


Já atividades mais exigentes fisicamente, como treinos intensos ou esportes de contato, podem ser retomadas a partir do segundo ou terceiro mês, com liberação médica.


Assim, se você está sentindo dores no ombro, fraqueza ao levantar o braço ou percebeu limitações nos movimentos que não melhoram com o tempo, não ignore esses sinais.


Lesões no tendão do bíceps, quando tratadas precocemente, têm ótimas chances de recuperação completa, especialmente com o acompanhamento do especialista.


Agende uma consulta com o especialista em ombro para uma avaliação detalhada e individualizada.



Cuidar da sua saúde agora é o primeiro passo para retomar suas atividades com segurança, qualidade de vida e sem dor!


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Conheça o Dr. Guilherme Noffs

Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.


Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.

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