Você quer entender o que é e por que surge o cisto paralabral no ombro?
O ombro, uma das articulações mais versáteis do corpo humano, nos permite realizar uma grande variedade de atividades, desde tarefas cotidianas simples até complexos movimentos esportivos.
Entretanto, toda essa mobilidade e demanda o torna vulnerável a diversas lesões ou degenerações, que podem comprometer a integridade estrutural da articulação, levando a episódios de instabilidade.
Essa instabilidade, por sua vez, pode promover a formação de cistos como uma consequência do aumento de pressão intra-articular ou de alterações no fluxo de líquido sinovial.
Portanto, compreender essa interconexão é essencial, pois ela não apenas esclarece a natureza dos cistos paralabrais, mas também destaca a importância de abordar a instabilidade como parte do tratamento.
O que é o cisto paralabral no ombro e por que isso ocorre?
O cisto paralabral no ombro é definido como uma formação cística localizada próxima ao lábio da glenóide.
O lábio da glenóide é uma estrutura anatômica de cartilagem (como o menisco do joelho) que contribui para a estabilidade e flexibilidade do ombro.
Ele atua como um suporte para manter a cabeça do úmero posicionada dentro da cavidade glenoidal quando realizamos mobimentos mais amplos.
A presença de um cisto paralabral indica, na maioria das vezes, a ocorrência de um vazamento de líquido sinovial, que é um fluido presente em todas as articulações verdadeiras, responsável pela lubrificação e nutrição das mesmas.
Este vazamento de líquido sinovial é indicativo de uma falha na integridade da vedação articular associada a lesões na cartilagem que circunda a glenóide, responsável por manter a estabilidade e a vedação da articulação.
Para entender melhor, pense na função de uma borracha que veda o contato entre a tampa e uma panela de pressão - se ela estiver com defeito haverá vazamento e poderá haver instabilidade da tampa.
Portanto, embora o cisto paralabral em si raramente representa um problema primário, ele serve como um importante indicador de lesões subjacentes no labrum (ou lábio) da glenóide.
Em casos raros, o cisto pode estabelecer contato com nervos adjacentes à região, momento em que se torna uma fonte de sintomas adicionais.
Quando isso ocorre, o paciente pode experienciar dor, formigamento ou fraqueza na região do ombro.
Esses sintomas são reflexos da compressão nervosa provocada pelo cisto, requerendo uma avaliação detalhada para a determinação do tratamento mais adequado.
Assim, o diagnóstico de um cisto paralabral alerta para a necessidade de uma investigação cuidadosa das condições da cartilagem glenoidal e da estabilidade articular do ombro.
Quais são as razões da instabilidade no ombro?
A manutenção da estabilidade do ombro é crucial para a execução de movimentos precisos e funcionais do braço.
Esta estabilidade é garantida por um conjunto complexo de estruturas anatômicas, que incluem não só os músculos e tendões do manguito rotador, mas também os ligamentos e o labrum da glenóide, elementos essenciais para o equilíbrio e mobilidade da articulação.
Quando ocorre uma subluxação do ombro, por exemplo, há um deslocamento parcial da cabeça do úmero em relação à glenóide, mantendo, no entanto, algum contato entre as superfícies articulares.
Este evento pode resultar em dor, instabilidade do ombro, sensação de insegurança e diminuição da força muscular, comprometendo a funcionalidade do braço.
Esta condição é particularmente prevalente entre atletas que se engajam em esportes com exigências de movimentos repetitivos do ombro ou com cargas elevadas (CrossFit e musculação principalmente).
Além disso, pessoas com predisposição a ligamentos mais frouxos ou que sofreram lesões prévias, incluindo luxações ou fraturas no ombro, enfrentam um risco elevado de desenvolver instabilidade.
A recorrência de episódios de instabilidade do ombro pode induzir um ciclo de desgaste progressivo nas cartilagens da cabeça do úmero e da glenóide.
Este processo acelera a degeneração articular, podendo levar a condições mais graves.
Se você quer entender se a instabilidade no ombro pode piorar, acesse esse artigo em nosso site!
Tratamento para o cisto paralabral no ombro
Inicialmente, é preciso explicar que, caso o cisto no ombro não cause dor, seu tratamento ou não irá depender da causa subjacente.
Por exemplo, caso identifiquemos um cisto assintomático que ocorra devido a degeneração natural da articulação por conta do envelhecimento, podemos somente acompanhar o quadro, sem intervir.
Contudo, caso o cisto seja grande, cause compressão dos nervos com sintomas no paciente e/ou esteja associado a condições de instabilidade, deveremos adotar algumas estratégias.
Em linhas gerais, será necessário drenar o cisto, além de reparar a lesão que o originou através da artroscopia do ombro.
Realizamos a artroscopia através de pequenas incisões na articulação, por onde é inserida uma câmera para visualizar as lesões do ombro.
Utilizando essas pequenas aberturas, efetuamos o reparo das lesões que causaram o cisto, além de drená-lo e restaurar as estruturas lesionadas.
Este método cirúrgico é considerado seguro, resulta em cicatrizes mínimas e possui um período de recuperação relativamente curto.
Se você quer saber se a artroscopia precisa de internação e entender mais detalhes do procedimento, acesse esse artigo em nosso blog!
É importante observar a relevância de realizar um diagnóstico preciso quando o paciente possui um cisto paralabral no ombro, pois isso fará toda diferença em qual tratamento adotaremos.
Como tratamos a instabilidade no ombro?
Como vimos, muitas vezes, o cisto no ombro está associado à instabilidade, que demanda tratamento.
Então, será fundamental analisar a localização e a gravidade da lesão, bem como as necessidades específicas do paciente em relação ao uso do ombro, especialmente no que diz respeito à realização de exercícios físicos e à necessidade de força na articulação.
Com base nessas informações, podemos optar por um tratamento não invasivo, que pode incluir o uso de medicamentos anti-inflamatórios, sessões de fisioterapia, e uma pausa nas atividades que provocaram a lesão.
Contudo, em situações onde há subluxações crônicas ou recorrentes, a intervenção cirúrgica pode se fazer necessária, principalmente porque tais lesões podem levar a danos mais severos nas estruturas vitais da articulação.
Nesse caso, novamente recorremos à artroscopia do ombro, uma técnica cirúrgica pouco invasiva.
É importante salientar que sentir qualquer tipo de incômodo ou alteração no ombro não é normal.
Portanto, se você estiver enfrentando esses desconfortos, busque a orientação do ortopedista especializado em ombro.
Em nossa clínica, oferecemos acompanhamento completo ao paciente, em caso de dúvida, agende uma consulta!
Conheça o Dr. Guilherme Noffs
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.