Bursectomia: conheça a cirurgia de ressecção da bursa do ombro
A bursectomia é uma cirurgia indicada para a remoção da bursa, uma pequena bolsa cheia de líquido presente em diversas articulações do corpo, incluindo o ombro.
Essa estrutura tem como principal função reduzir o atrito entre ossos, tendões e músculos durante o movimento, funcionando como um amortecedor natural.
Quando a bursa inflama, condição conhecida como bursite, o paciente pode sentir dor, inchaço e limitação de movimento, principalmente ao levantar o braço.
Na maioria dos casos, o tratamento é feito de forma conservadora, com repouso, fisioterapia e uso de anti-inflamatórios.
Entretanto, quando a inflamação se torna crônica e não responde às abordagens tradicionais, a bursectomia pode ser indicada para aliviar os sintomas e restaurar a função do ombro.
Neste conteúdo, você vai entender como funciona esse procedimento, quando ele é necessário e como é a recuperação.
Continue a ler para saber mais!
O que acontece quando a bursa inflama?
Quando a bursa do ombro inflama, ocorre um quadro conhecido como bursite.
A inflamação pode ser causada por traumas repetitivos, esforço físico excessivo, movimentos repetitivos do braço acima da cabeça ou por condições associadas, como tendinite no ombro, artrite reumatoide e outros processos inflamatórios articulares.
A bursite subacromial é uma das formas mais comuns, afetando a bursa que fica entre o tendão do manguito rotador e o acrômio.
Essa inflamação leva ao acúmulo de líquido na bursa, aumento da pressão local e irritação dos tecidos ao redor.
Isso causa dor, principalmente ao levantar o braço ou fazer movimentos rotacionais.
Quer entender melhor por que a bursite dói? Acesse esse artigo em nosso blog!
Assim, em alguns casos, a inflamação pode se tornar crônica, exigindo tratamento mais intensivo, como infiltração no ombro ou até cirurgia, quando não há melhora com medidas conservadoras.
O que é uma bursectomia e quando indicamos essa cirurgia?
A bursectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção parcial ou total de uma bursa inflamada.
Ela é mais comum no ombro, especialmente na região subacromial.
Assim, indicamos essa cirurgia quando a inflamação da bursa causa dor persistente, limitação funcional importante e comprometimento da qualidade de vida, mesmo após meses de tratamento clínico.
A bursectomia pode ser realizada por via artroscópica, técnica minimamente invasiva que permite uma recuperação mais rápida e menos dor no pós-operatório, ou por cirurgia aberta, dependendo da gravidade do caso e da presença de outras lesões associadas.
O objetivo do procedimento é aliviar o atrito e a inflamação local, restaurando o movimento adequado da articulação e promovendo melhora dos sintomas.
Como realizamos a bursectomia?
Atualmente, a técnica mais utilizada é a bursectomia por artroscopia, um procedimento minimamente invasivo.
Nessa abordagem, realizamos pequenas incisões na pele e inserimos uma câmera (artroscópio) para visualizar a articulação em tempo real.
Então, utilizamos instrumentos delicados, geralmente com cerca de 4 mm de diâmetro, que são capazes de cortar e aspirar simultaneamente o tecido inflamado.
Ademais, durante a cirurgia, avaliamos também a presença de outras alterações, como lesões no manguito rotador, que podem estar associadas à bursite crônica.
A remoção da bursa inflamada ajuda a reduzir a dor, melhorar a movimentação e evitar o atrito contínuo entre os ossos e tendões.
Como é o pós-operatório da bursectomia? Quanto tempo leva a recuperação e o retorno às atividades?
O paciente geralmente recebe alta no mesmo dia da cirurgia e inicia o processo de reabilitação já nos primeiros dias.
Ele também recebe orientações quanto ao uso de analgésicos, aplicação de gelo para controle da dor e do inchaço, e repouso relativo da articulação operada.
A fisioterapia é outra etapa essencial da recuperação.
Dessa forma, indicamos exercícios leves de mobilidade e progredimos gradualmente para fortalecimento e ganho de amplitude de movimento.
Uma dúvida comum dos pacientes é se é possível viver sem a bursa. Após a bursectomia, o organismo se adapta.
Outras estruturas passam a compensar a ausência da bursa e, com o tempo, a região tende a recuperar sua função sem prejuízos significativos.
Além disso, em alguns casos, o próprio corpo pode formar uma nova bursa ou tecido semelhante, de forma espontânea e natural.
O tempo de recuperação pode variar de acordo com a gravidade do quadro inicial, a presença ou não de lesões associadas e o nível de atividade física do paciente.
De modo geral, a maioria das pessoas retoma atividades cotidianas leves em até duas semanas e retorna ao trabalho entre duas a seis semanas após o procedimento.
Atividades físicas mais intensas ou esportes que exigem muito do ombro podem ser liberadas após cerca de oito a doze semanas, dependendo da evolução e da análise do especialista.
Quando procurar o ortopedista para avaliar a necessidade da bursectomia?
Você deve procurar o ortopedista de ombro para avaliar a necessidade de uma bursectomia quando sentir dor persistente no ombro, especialmente ao levantar o braço ou realizar movimentos repetitivos.
Lembramos que a bursite do ombro pode se tornar crônica e resistente ao tratamento conservador, comprometendo a mobilidade, a qualidade de vida e até o sono do paciente.
Nesses casos, devemos considerar a intervenção cirúrgica.
O ortopedista é o profissional habilitado para avaliar com precisão o quadro clínico, interpretar exames de imagem, descartar outras causas de dor no ombro e definir a melhor abordagem.
Quando a cirurgia é indicada, contar com um especialista experiente em ombro é fundamental para garantir segurança no procedimento e sucesso na recuperação.
Portanto, se você sofre com dor no ombro que insiste em voltar ou que não melhora com os cuidados iniciais, não adie a avaliação.
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Conheça o Dr. Guilherme Noffs
Dr. Guilherme atende em consultório particular como ortopedista de Ombro e Cotovelo e Especialista em Terapias da Dor no Hospital Albert Einstein Perdizes e na Clínica SEBE, Vila Mariana.
Além disso, atua no atendimento de urgências no Hospital Albert Einstein e realiza cirurgias nos Hospitais Sírio-Libanês, São Luiz - Rede D'Or e São Camilo.